A incrível e verdadeira história do serial killer que nunca matouninguém

Foto: Andy Hall/Observer

A definição de serial killer é de uma pessoa que matou muita gente, mas a história desse sueco é de deixar intrigado. Afinal, ele foi acusado de ser um serial killer, mas na verdade ele nunca matou ninguém. Nascido em 1950, Sture Bergwall, também conhecido como Thomas Quick, e também apelidado pela imprensa sueca como Hannibal Lecter. Bergwall é considerado o serial killer mais famoso da Suécia, e foi obrigado a viver num hospital psiquiátrico a partir de 1991. Condenado por oito homicídios, Bergwall já assumiu ser responsável por mais de 30 mortes: em julgamento, disse ter matado homens, mulheres, crianças e praticado atos de canibalismo e estupro. A verdade é que ele nunca fez nada dissoFilho de pais extremamente rigorosos, Bergwall cresceu num ambiente familiar hostil e sem a atenção devida. Aliado a isso está o fato de que, durante anos, foi obrigado a esconder o fato de ser homossexual para não arranjar ainda mais problemas em casa. Na adolescência, Bergwall começou a usar anfetaminas. Daí para frente as coisas ficaram fora de controle, e as primeiras acusações contra o jovem eram relativas abuso sexual e assalto, já que ele tentou roubar um banco usando uma roupa de Papai Noel.
Depois de ser internado pela primeira vez em um hospital psiquiátrico, Bergwall começou a planejar uma maneira chocante de finalmente lhe darem atenção. Dedicado, ele gostava de passar o seu tempo livre numa biblioteca dentro do hospital, onde começou a pesquisar a respeito de assassinatos não resolvidos. Com a ajuda de livros e recortes de jornais, Bergwall criou uma história digna de um argumento de filme de terror e decidiu dar-se como o culpado por todos aqueles crimes. A sua primeira atitude foi responsabilizar-se pelo assassinato de um menino de 11 anos, desaparecido na década de 80 e que nunca foi encontrado. Na confissão, o “assassino” disse ter estuprado e estrangulado o garoto, além de ter comido os seus dedos e enterrado o corpo no meio deuma floresta. À medida que a imprensa começou a cobrir as declarações sombrias de Bergwall, ele empolgou-se e começou a responsabilizar-se por outros assassinatos não resolvidos. Graças às pesquisas que havia feito (nos livros e jornais na biblioteca), as suas declarações pareciam verdadeiras num primeiro momento, o que o levou a enganar jornalistas, policiais e cidadãos de todo a Suécia. Condenado por oito crimes hediondos, Bergwall acabou por se tornar um dos criminosos mais famoso do seu país. Acontece que, no final das contas, todas as declarações feitas por ele não passavam de mentiras e, como toda mentira, tinham algumas lacunas e declarações que não correspondiam com a verdade. Ao confessar ser o responsável pelo homicídio de uma menina de apenas nove anos, Bergwall disse que ela tinha cabelos louros quando, na verdade, ela era morena. Já sobre o assassinato de outra "vítima", em 1988, ele apresentou versões diferentes relativo à arma usada a 4 jornalistas diferentes. Os especialistas recolheram amostra de esperma no corpo de uma das suas “vítimas” e, depois de analisarem o material, descobriram que o DNA não era de Bergwall. O “assassino” deu inclusive detalhes a respeito de onde havia enterrado as suas vítimas e mesmo as buscas mais profundas não encontraram qualquer vestígio que comprovasse o que Bergwall havia afirmado. As informações dadas por ele não batiam com as investigações policiais, ainda assim ele foi condenado por fazer tais confissões. Intrigados com as declarações de Bergwall, que estava sob efeito de fortes medicamentos psiquiátricos, os médicos e a polícia decidiram cortar os remédios e ouvir novas declarações do jovem sem o efeito de qualquer droga. Sem os medicamentos, ele parou de prestar declarações malucas e de dizer que se chamava Thomas Quick. O cineasta sueco Hannes Rastam interessou-se pelo caso e, graças às pesquisas que ele fez, a história foi ficando cada vez mais clara. Ele conseguiu provar que Bergwall não era culpado de nenhum dos oito crimes pelos quais havia sido condenado, o que ajudou a tirá-lo do hospital psiquiátrico em março de 2014, depois de 23 anos de internamento.

Fonte: Site Arco da Velha

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